sábado, 5 de fevereiro de 2011

A la Vidal Sassoon: 2 em 1


Tenho dois pontos da minha lista que convergem entre si: o nº 3 (Aprender mais sobre Decoração de Interiores) e o n.º14 (Fazer o projecto de decoração da minha casa).
A verdade é que este é um dos temas que mais me tem apaixonado nos últimos tempos. Tirando a necessidade profissional de saber mais e mais sobre esta área, a verdade é que a decoração tem assumido um papel muito importante para mim.

Nunca foi algo que fizesse parte do meu ADN desde cedo. Toda a gente que me conhece sabe que um vestidinho ou uma boa mala tiram-me muito mais do sério. Ou tiravam.
Em pequena a minha relação com a decoração de interiores passava por escolher peças com a minha mãe para o meu enxoval, para a que seria a minha casa passados uns 15 ou 20 anos.
Tarefa fácil já que não fazia ideia de onde seria essa casa, quais as minhas cores favoritas em adulta (na altura, plenos anos 80 e 90, estavam na moda os padrões gráficos com quadrados, bolas e tudo o que uma árvore de Natal quiser), as dimensões da cama, as cores dos azulejos da casa-de-banho... Mas hoje tem muita piada colocar as coisas que a minha mãe guardava naquelas arcas de madeira que já não existem em mais lado nenhum, "a uso", e a conviverem com a minha casa-de-banho renovada e os panos de cozinha com aqueles piquets em linha de renda na minha cozinha com azulejos de 1970.

Basta usar-se as duas palavras "vintage" e "eclético", e todos acham fantástico. Hoje em dia até o "kitch" é bem aceite, já que pode ser um statement intelectualóide ou uma afirmação de um estilo de vida hiper mega hip.

Mas estes items da minha lista não estão relacionados com qualquer objectivo de me tornar uma decoradora de interiores profissional, nada disso. Quero é conseguir entender a disciplina de uma maneira que me permita olhar para a minha casa (e para a dos outros, que dá sempre jeito) e dar-lhes uma perspectiva diferente, um toque diferente, ou então não, algo igual para todos mas com estilo, ou com graça, ou que transmita um sentimento de pertença.

Comecei com trabalho de casa. Ler revistas de decoração até mais não. As portuguesas porque são práticas e inspiradoras, as escandinavas porque são maravilhosas, e todos os blogs americanos que são geniais.
Depois olhei para a minha casa. Olhei outra vez. Outra vez. E não vi nada, só pensava em mudar-me dali. Mas sabia que apesar da minha casa não ter as dimensões ideais, a localização ideal e basicamente só o preço foi ideal, sabia que ela tinha uma coisa que as outras casas novas, grandes e extremamente caras não tinham: personalidade. Esta casa tem uma alma vivida, não sei explicar bem porquê. Mas já viveram por cá umas 2 famílias e muitos professores todos os anos, por isso sei que esta casa já ouviu gargalhadas, choros e berros, correrias, muitas leituras, muita música... e isso dá alma a uma casa. O que vale é que as imobiliárias ainda não pegaram nisto!
A minha casa não faz parte de uma urbanização. Não tem estores eléctricos mas tem janelas de madeira. Não tem chão flutuante, tem chão parquet de madeira. Não tenho garagem mas tenho 2 despensas (uma delas para sapatos). A minha casa não está dividida entre área de dormir e área social: basta entrar em casa e ter uma perspectiva de 360 graus de todas as divisões.

Mas, passando à decoração. Quando a comprámos, mobilámos e não decorámos, ou seja, enchemos a casa com mobiliário que achávamos que precisávamos, escolhemos as gamas que podíamos comprar na altura, tentámos respeitar os gostos um do outro (apesar de todos sabermos que nestas coisas, quem tem última palavra é quem veste as calças de cintura descaída da casa).
A casa ficou mobilada, mas conseguimos que a alma desaparecesse com a quantidade de móveis e com o facto de não termos reflectido bem sobre o que queríamos como projecto de decoração da nossa casa. Mas no fundo, acho que toda a gente acaba por cometer este erro. Ou se calhar não foi um erro, foi uma experiência.

Mas nos últimos anos, acabei por ganhar um gosto especial por casas, por estas almas ou personalidades que cada uma tem. E decidi recomeçar o projecto de decoração da minha casa.
A casa-de-banho foi a primeira muito necessária divisão. A que se seguiu foi o nosso quarto.
Vendemos a mobília no Leilões.net, e, apesar deste mini-projecto ainda não estar concluído, é com orgulho que vos mostro um pouco do meu paraíso na terra:


Tcharam! Eu acho que está bem bonito, mas digam-me vocês! A inspiração foi baseada nos quartos de hotel maravilhosos que têm sempre umas cabeceiras de cama fantásticas e confortáveis. O estilo tornou-se um pouco mais clássico do que o que esperávamos, já que sempre nos considerámos muito modernos em termos de gosto. Mas a verdade é que nos sentimos bastante confortáveis e "em casa" com este estilo, o que acabou por resultar muito bem. Mantivemos a cor da parede que escolhemos há 5 anos atrás, mas optámos por mobiliário todo branco, que transmite mais luminosidade e maior sensação de espaço.
No topo da cabeceira ainda faltam colocar (e encontrar) 3 molduras prateadas, com fotos nossas a preto e branco. De resto, não vão ser muitas as alterações nos próximos tempos.
Mas reparem lá no propping desta foto...com o saquinho da Lola aqui no cantinho...


Não tenho mesa de cabeceira do meu lado (lá está: personalidade da casa superior a uma grande dimensão), mas coloquei a cómoda, que me dá um apoio ainda maior para colocar as velas, as revistas, os cremes e vernizes, enfim...
Os objectos que escolhi para aqui têm tudo a ver comigo: as bailarinas de Degas (recalcamento pessoal), uma fotografia muito simbólica tirada no jardim de Vila Franca de Xira (é só atravessar a estrada e estou lá), uma peça lindíssima que comprei num Bazar de artigos em 2.ª mão e que me custou 10 euros, as minhas velas (imprescindível) e um rolo de papel de parede pelo qual me apaixonei há um ano atrás e que embirrei que um dia o iria utilizar para forrar uma cómoda (se não tivesse vendido a cómoda, poderia passar já à próxima da lista: alterar um móvel). Como ainda não o utilizei para nada, mas adoro vê-lo assim ao lado dos outros elementos, deixá-lo estar.

Estas caixinhas são geniais e estão dentro da BILLY da IKEA que serve de móvel de TV no quarto. Lá dentro tenho todas as coisas feias que ficam mal em qualquer lado, mas que não podemos viver sem elas vulgo, medicamentos, carregadores de telemóveis, cartas importantes, you name it. Cada coisa na sua caixinha para não haver cá confusões.


Mas por falar em caixinhas...esta é a minha favorita. Chama-se PAX, é um caixotinho lindo, onde os meus trapinhos dormem bem felizes, sem apertos. Também gosto muito do candeeiro, que consegue manter o estilo retro, como se tivesse parado no tempo.

Este é o armário. Não dão nada por ele, pois não? Pois, vão-se arrepender, até porque já não está à venda. VINSTRA és minha! Vamos dar uma olhadela aos interiores...

Ah pois é! As portas abrem-se e tenho espelhos em todas as direcções. E depois todo um mundo de gavetinhas para explorar, prateleiras em vidro...espreitem mais um bocadinho...

ele é gavetinha para as pulseiras...

ele é gavetinha para os batôns, que eles não se dão com o resto da maquilhagem :)...


e os perfumes assim já conseguem conviver em harmonia uns com os outros!

No geral é isto. E gosto muito disto tudo.

Este foi o quarto, agora ando muito concentrada na sala. Nos próximos 6 meses vou ter novidades. Até lá, já encomendei novos livros maravilhosos para me inspirarem ainda mais.
Espero que tenham gostado. Comentem este post, para que eu também possa aprender convosco.

Os deadlines começam a pedir dinâmica...


Pois. Eu sou assim. Tive a ideia de criar esta lista porque achava que precisava retomar as rédeas do meu dia-a-dia. Uma espécie de homenagem ao livre arbítrio. E que bem que o fiz! Os primeiros 3 meses foram cheios de entusiasmo, planos e as primeiras concretizações.

Mas depois... entre os acontecimentos do destino (vulgo, preguiça, pretextos para não mexer uma palha, o frio, o calor, o Natal, o trabalho (desculpa muito esfarrapada, que começa a cair em desuso), fiquei por uns meses muito mais fascinada em deitar-me no sofá e ver anúncios da Evax e muito pouca vontade de deitar mãos à obra.

Mas esta semana lembrei-me de fazer contas de cabeça (no meu caso, uma actividade extremamente perigosa), e a minha consciência disse-me com toda a sua voz: "Tens 6 meses para mexeres esse rabo e cumprires com as tarefas da tua listinha. Não és mulher não és nada!" Claro que o segundo argumento não mexeu muito comigo, mas o primeiro, o de mexer o rabo, foi um "Ahah moment" da Oprah. Fez-se luz, vi o túnel e aqui estou novamente.

Fiz um balanço das tarefas superadas a 100%, as assim assim e as que gostava de convencer-me a mim própria que já estão, mas não estão mesmo nada, e comunico então aos meus fiéis 7 seguidores assumidos (e os 10 ou 12 de invejosas que não se assumem mas que visitam o blog à mesma), que THE GAME IS ON!!

E de hoje não passa mais uma tarefa superada...
Obrigada por acreditarem ;)